Muro Redux
- Detalhes
- Categoria: GAEDE
- Criado em 20 dezembro 2017
No dia 15 de dezembro, o GAEDE apresentou, no ginásio dos espelhos, em duas sessões, a peça “O Muro redux”, a todos as turmas do Colégio D. Dinis do polo do Bonfim.
Tendo como ponto de partida uma peça desenhada no ano letivo 2005/2006, que faz já parte integrante do património imaterial do Grupo de Amadores de Expressão Dramática do Colégio D. Dinis, "O Muro redux" permite a cada espectador uma interpretação pessoal, residindo neste factor a sua maior riqueza. Por um lado, trata-se de uma história de desamparo afetivo; por outro, pode ser lido como uma peça plena de referências políticas e religiosas, em que criação e destruição se sucedem como uma espécie de eterno retorno. Nela, encenam-se imagens subliminares que representam o nascimento, a morte, a guerra, o desamor, o ódio, o bullying, o Muro de Berlim (e todos os outros muros, interiores e exteriores), a Faixa de Gaza, a sobrepopulação, mas também o que de melhor o ser humano é capaz: o amor, a amizade, a paz, a solidariedade, o respeito pelas diferenças e por direitos humanos inalienáveis, a luta por um mundo mais justo e a vontade de reconstrução. Além disso, a música reflete todos os momentos permitindo a união intensa e plena do espectador com o drama vivido pelas personas em palco. Os atores movem-se segundo coreografias que expressam todos os sentimentos, tal como num bailado. Como mensagem final, os dois protagonistas, o rapaz e a rapariga lançados ao mundo, tal como o espectador, percebem que o mundo é hoje o que foi ontem e o que será amanhã. Todavia, deixa-se em aberto a possibilidade da edificação de um mundo melhor.
Neste sentido, cumprem-se princípios orientadores do Projeto Educativo do nosso Colégio e do documento Perfil dos Alunos à Saída da escolaridade Obrigatória, nomeadamente as suas bases humanistas ("a escola habilita os jovens com saberes e valores para a construção de uma sociedade mais justa, centrada na pessoa, na dignidade humana e na ação sobre o mundo enquanto bem comum a preservar").
Os atores revelaram empenho, entrega, motivação, dedicação, vontade em fazer algo diferente das atividades mecanizadas e rotineiras que marcam o seu quotidiano (tantas vezes cinzento!), capacidade de improviso e, sobretudo, espírito de grupo. Entre o público, pudemos constatar a presença de elementos do GAEDE de anos anteriores, que, apesar de estarem já na faculdade ou nas suas profissões, fazem questão de acompanhar o percurso do projeto que também ajudaram a erguer. De resto, também isto é parte da magia do GAEDE: cada aluno que nele participa torna-o parte de si ad aeternum.
Pensamos que a mensagem final – a possibilidade da utopia – passou para os alunos e mexeu com sensibilidade de cada um. Essencialmente, ficará na memória a garra, a entrega e a dedicação dos nossos jovens atores a um projeto edificante de valores, de critérios estéticos, de autoestima e identidade. Definitivamente, o GAEDE é parte da escola e, sobretudo, do projeto de vida dos alunos que o integram.